O Ministério Público
Federal calcula que os crimes já denunciados pela força-tarefa da
Operação Lava Jato envolvem o desvio de aproximadamente R$ 2,1 bilhões
da Petrobras.
A estimativa parcial do rombo da corrupção e da lavagem de dinheiro na estatal, feita com base nas acusações formais apresentadas até o momento à Justiça Federal no Paraná, é a primeira divulgada pelos procuradores da República desde o início da operação, em março do ano passado.Números superlativos da Lava Jato foram divulgados ontem pelo Ministério Público Federal em um site criado especificamente para divulgar e reunir informações sobre as ações e inquéritos que tramitam na Justiça Federal em Curitiba. "Trata-se da maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o País já teve", diz um texto introdutório do site.
A estimativa parcial do rombo da corrupção e da lavagem de dinheiro na estatal, feita com base nas acusações formais apresentadas até o momento à Justiça Federal no Paraná, é a primeira divulgada pelos procuradores da República desde o início da operação, em março do ano passado.Números superlativos da Lava Jato foram divulgados ontem pelo Ministério Público Federal em um site criado especificamente para divulgar e reunir informações sobre as ações e inquéritos que tramitam na Justiça Federal em Curitiba. "Trata-se da maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o País já teve", diz um texto introdutório do site.
Os dados foram divulgados um dia depois de a
Petrobras apresentar balanço não auditado sem contabilizar as perdas
envolvendo a corrupção na empresa apurada pela Lava Jato. O balanço da
petrolífera também delimitou a corrupção ao período que vai de janeiro
de 2004 a abril de 2012, época em que Paulo Roberto Costa ocupava a
Diretoria de Abastecimento da estatal.Além de relacionar o desvio na
estatal apurado até o momento, os procuradores da República também
estimam em R$ 500 milhões o total já recuperado pelas investidas da
força-tarefa. Ações foram abertas pedindo o ressarcimento de cerca de R$
1 bilhão das empreiteiras na Justiça.
As investigações da Lava Jato
continuam em andamento, e os valores podem aumentar. Até agora, foram
instaurados 279 procedimentos, com 150 pessoas e 232 empresas sob
investigação. Os procuradores da República que atuam no caso ofereceram
18 denúncias contra 86 pessoas, pelos crimes de corrupção, organização
criminosa, lavagem de ativos, entre outros. No total, 12 acordos de
delação premiada foram firmados com pessoas físicas.Com relação às seis
denúncias da segunda fase da Lava Jato, que envolvem a estatal,
empreiteiras e ex-diretores da Petrobras, o valor de lavagem de dinheiro
chegou a R$ 177 milhões, segundo a publicação. A maior soma, de R$ 104
milhões, teve origem na "lavanderia" montada entre Nestor Cerveró,
ex-diretor da área Internacional da empresa, e Fernando Soares, o
Fernando Baiano, apontado como lobista e um dos operadores do PMDB no
esquema, conforme relato dos procuradores da República.
O valor é
referente a propinas pagas pelo empresário delator Julio Camargo, da
Toyo Setal, ao esquema de Soares e Cerveró pela contratação de
navios-sonda na Coreia do Sul, para serem utilizados na África e no
Golfo do México.Para concluir as operações, a dupla utilizou offshores e
uma empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef, uma das peças-chave
da Lava Jato e preso desde março.
As seis denúncias incluem as empresas
OAS, Galvão Engenharia, Engevix, Mendes Júnior e Camargo Corrêa. Cerveró
e Fernando Baiano também estão presos. Na denúncia apresentada à
Justiça Federal contra o ex-diretor de área Internacional da Petrobrás, o
Ministério Público Federal sustentou que ele agia como "sócio oculto"
do operador do PMDB. Para a Procuradoria, Cerveró violou "os deveres de
honestidade, de integridade, de lealdade, de legalidade, de
impessoalidade, de transparência".
A Procuradoria juntou à denúncia
contra Cerveró um quadro com as operações de pagamento de US$ 14,31
milhões a partir da conta 2009071 da offshore Piemont Investment Corp.,
no Banco Winterbothan, no Uruguai. A offshore, segundo a Procuradoria, é
controlada por Julio Camargo, que agia como emissário da Setal Óleo e
Gás e também foi denunciado.Os repasses foram feitos para as contas
indicadas por Fernando Baiano. As transferências têm correspondência em
respectivos extratos bancários. Segundo a Procuradoria, conclui-se do
conjunto de provas e do depoimento de Julio Camargo que uma dessas
contas era diretamente controlada por Cerveró. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
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